Este projeto vai levar vários anos. Os visitantes do museu podem acompanhar o seu progresso graças aos mapas apresentados no primeiro andar da casa senhorial e que serão regularmente enriquecidos.
Inicialmente disponível em versão digital, poderá a prazo ser objeto de uma edição em papel.
O objetivo é reunir todo o conhecimento sobre o assunto, transcrever os dados e representar, através de mapas, a forma como a propriedade e a escravatura, intimamente ligadas, moldaram o território da Reunião, através das suas paisagens, dos seus edifícios e da sua organização social.
Considerados no Code Noir (Código Negro) como bens móveis, os escravos representam um grupo social sujeito a um regime político e económico que os priva da sua liberdade, e os força a exercer funções económicas sem qualquer outra contrapartida que não o alojamento e a alimentação.
Em Bourbon/Reunião, na altura em que era uma colónia, a escravatura foi simultaneamente o fator determinante e a consequência do desenvolvimento da sociedade de plantação e da economia que deu origem às propriedades.
Denominada plantação nas Antilhas, hacienda nas antigas colónias espanholas ou fazenda no Brasil, a propriedade era, em Bourbon/Reunião, uma estrutura de produção agrícola ou agroindustrial colonial rural.
Em Bourbon / Ilha da Reunião desenvolveram-se vários tipos de propriedade, designadamente:
-Propriedades de subsistência (produção de alimentos)
-Propriedades cafeeiras (produção especulativa de café)
– Propriedades de produção de cana (cultivo de cana-de-açúcar)
-Propriedades açucareiras (cultivo de cana e fabrico de açúcar)
Para funcionar, estas propriedades precisavam de mão-de-obra, que até 1848 consistia principalmente em escravos.
O mapa abaixo mostra todas as propriedades de açúcar que existiram entre 1785 e 1848. Foram estas últimas, de facto, que concentraram o maior número de escravos.