A história da Europa nos séculos XVII e XVIII, com o mar e as colónias, é uma história conturbada e dolorosa. No continente americano, do Canadá às Caraíbas, nas costas de África, Índia ou China, os Europeus prosseguem as suas descobertas do mundo iniciadas no final do século XV, tentando construir impérios nessas paragens. A presença europeia no mundo foi afirmada através da tomada de posse de novos territórios e da fundação de entrepostos comerciais ao longo das costas de África e da Ásia, onde foram criadas grandes companhias comerciais.
No seu parecer ao rei de França em 1629, Richelieu escreveu que “a primeira coisa que temos que fazer é afirmarmos o nosso poder no mar que dá entrada a todos os estados do mundo ”. Colbert relançou a Companhia das Índias Francesa, que se estabeleceu com sucesso em Surat e em Pondicheri em 1674. Esta última tornou-se a capital das províncias francesas do oceano Índico: as ilhas de França e Bourbon, Chandernagor e Mahé, adquiridas em 1725.
Embora no caminho para as Índias, os ingleses e os holandeses tenham visitado a Ilha de Santa Apolónia – também chamada de Mascarin –, foi o capitão do Saint-Alexis que, em 1638, tomou solenemente posse dela em nome da França. Em 1649, Flacourt, estabelecido em Fort-Dauphin, nomeou-a Ilha Bourbon, “sendo incapaz de encontrar um nome que melhor se adapte à sua bondade e fertilidade ”. Bourbon tornou-se uma colónia de rendimento através do cultivo de um “produto colonial” de eleição, o café. A expansão económica carecia de quantidades consideráveis de mão de obra, sendo que a origem dos escravos variou muito sob o domínio da Companhia das Índias (1665-1767) e o período real que se seguiu. Os de origem indiana vinham da costa de Malabar, Bengala e Surat. Ainda que o seu número não tenha sido tão substancial como o dos migrantes de África ou Madagáscar, a sua presença não foi certamente fictícia.
Juntamente com estes escravos indianos, os indianos livres ocupavam um lugar significativo na paisagem económica, social e cultural da Ilha da Reunião e do oceano Índico. A sua história e “os marcadores de identidade contribuíram fortemente, e ainda hoje contribuem, para a riqueza cultural da Reunião ”. Interessar-se pelos indianos escravos e livres da sociedade Bourbon no século XVIII significa abordar uma identidade particular, uma componente da identidade coletiva reunionense.
A abordagem do indianismo em Bourbon no século XVIII passa pelo conhecimento dos diferentes elementos identitários que, dotados de uma certa flexibilidade, podem evoluir ou integrar outros, nomeadamente durante a mudança de estatuto na sociedade. Quem são estes indianos? De onde vêm exatamente? Quantos são? Como se chamam? Quais são as particularidades dos indianos escravos comparativamente a outros grupos étnicos? É muito instrutivo conhecer a sua distribuição por sexo, idade e representação no seio das propriedades. Visto que a identidade profissional – uma forma de identidade social desenvolvida através do trabalho – se ia delineando à medida que os trabalhadores indianos chegavam e que certos ofícios específicos lhes eram atribuídos, seria artificial separar a identidade da profissionalização. É por essa razão que as conclusões relativas à construção da identidade profissional são um dos elementos identitários.
A distribuição espacial da população indiana no século XVIII, o estabelecimento profissional e os locais de residência, elucidam-nos sobre a atual distribuição geográfica na ilha dos habitantes de origem indiana.
Finalmente, as relações entre os indivíduos e o espaço de interação social contribuem para ajustar a nossa visão desta população no século XVIII.
No regresso à França, os navios franceses que saíam da Península Indiana, passavam por Bourbon onde deixavam mercadorias e escravos. Estes últimos tinham boa reputação – dizia-se que eram “sóbrios, fiéis, dóceis, bonitos e
inteligentes ”. Em novembro de 1672, o navio Jules desembarcou na colónia quinze prisioneiros “Gentis”, dos quais cerca de uma dúzia sobreviveu, dez anos mais tarde .
O recrutamento de indianos como escravos nem sempre foi fácil. Variou ao longo do século consoante a influência francesa na península, e foi alvo de oposição por parte de príncipes indígenas, de modo que o seu número era reduzido. Por vezes eram enviados para Bourbon como presentes oferecidos a particulares; alguns sujeitos livres mas indisciplinados foram também enviados como escravos pelas autoridades de Pondicheri que deles se desejavam livrar.
Em 1708, os 51 escravos indianos da colónia representavam 20% da população servil. Eram apenas 5% em 1765 com 1100 indivíduos. Em 1722, Saint-Paul tinha 116 escravos indianos. Sete anos depois, o governador Benoît Dumas trouxe de Pondicheri 300 indianos – trabalhadores livres e escravos originários de Bengala e da costa de Coromandel – para o cultivo de cafeeiros. De 1728 a 1731, uma centena de escravos indianos chegavam às ilhas todos os anos. Fugiam da fome vendendo-se a si próprios.
A partir do período real (1767-1792), o grupo de pessoas livres aumentou porque os administradores reais encorajavam as alforrias, porém os colonos precisavam de mão de obra, pelo que a Companhia não encorajou essa iniciativa.
Durante o período revolucionário, a mão de obra servil, que era tradicionalmente fornecida pela Índia às ilhas, ficou reduzida a apenas algumas dezenas de indivíduos, sobretudo Bengalis. O número de efetivos diminuía, facto atestado pelos censos que mencionam 238. Quando se instaurou a produção de açúcar na colónia, o número de indianos nas propriedades de açúcar era muito baixo. A diminuição da sua percentagem na população servil no início do século XIX foi o resultado conjunto da política de emancipação, da mortalidade de uma população envelhecida, bem como do declínio do recrutamento na Península Indiana.
A composição da população de origem indiana, por idade e sexo, variou ao longo desse período. Os indivíduos com menos de 20 anos compunham um terço da população (32,9%), os adultos entre os 20 e os 54 anos constituíam quase dois terços (64,7%), e as pessoas com mais de 55, 2,4%.
Os homens eram os mais numerosos em todas as faixas etárias. Em 1709, as mulheres representavam apenas um quinto da população indiana servil, a maioria tendo entre os 15 e os 25 anos. De seguida, a discrepância de género diminuiu: em 1708, os homens representavam 78,8% e as mulheres 21,2%, ao passo que em 1765 os homens perfaziam 51,7% e as mulheres 48,3%. Em alguns distritos a tendência invertia-se. Em Saint-Benoît e Saint-Pierre, inversamente, as mulheres eram maioritárias. A partir de 1796, a tendência voltou a inverter-se, em prol dos homens.
Os indianos livres estavam presentes na ilha a partir do final do século XVII. No século seguinte, eram contratados por particulares. De 1665 a 1767, a Companhia das Índias recrutou trabalhadores indianos livres paralelamente aos escravos.
Em Bourbon, a população indiana livre pertencia ao “grupo” dos Livres de Cor. O grupo não era uniforme. Muitos eram antigos escravos libertados, outros, um número substancial, tinham sido contratados para trabalhar nas propriedades ou servir na cidade nos estabelecimentos dos proprietários. Estes últimos, distintos dos escravos, auferiam um salário e tinham um regresso a casa garantido no termo do seu contrato. Alguns eram contratados como trabalhadores, em troca de um salário mensal e alimentação, outros como marinheiros. No caso do século XVIII, os censos incompletos não permitem a elaboração de uma lista exata, sendo que o seu número parece ter sido baixo. De acordo com os documentos de arquivo legíveis, de 1708 a 1797, eram 147, incluindo 97 homens e 50 mulheres. No final do século, os contingentes que a Índia conseguia fornecer foram-se esmorecendo e essa população livre era caracterizada pelo seu envelhecimento.
Em Bourbon, como em outras sociedades esclavagistas, os nomes atribuídos aos escravos eram um meio de dominação e submissão à ordem social colonial, bem como uma vontade de despersonalização. Poucos mantinham o seu nome indiano e o novo nome assim atribuído era revelador das influências culturais do senhor.
Possuíam nomes que eram adjetivos (Modesto, Alegre, Valente, Charmoso), nomes de objetos (Cadeira, Banco), nomes tirados do calendário (Janeiro, Junho, Quinta-feira, Outono), nomes de profissões (Pastor, Mensageiro), nomes de lugares geográficos (Paris, Viena, Bruges) ou do período revolucionário (Florantine, Floréal).
Quanto aos indianos livres, chamavam-se, entre outros, Moutou, Chavry, Vira ou Langata. A grande maioria dos nomes são de origem Tamil e geralmente inspirados em divindades (RANGA, NAGAPA, RAMALINGA, TANDRAYEN, TANAMOUTY, CALIAT, CHARIAPAMESTRY). Alguns apelidos designam lugares sagrados (TIRIMOULU) ou uma qualidade (ARIAPA, “Senhor Benevolente”; TAYLA,“pessoa graciosa”).
Por outro lado, atribuíam frequentemente nomes cristãos aos seus filhos nascidos na colónia, devido a um desejo de integração, mas também quando se convertiam ao catolicismo.
A exploração da ilha no século XVIII exigiu uma mão de obra abundante. O trabalho servil foi a solução encontrada pelos colonos. Os escravos eram principalmente colocados nos campos como cultivadores ou lavradores. Os trabalhadores contratados aos quais a colónia recorria trabalhavam numa grande variedade de ofícios. Mais de 70% eram pedreiros (Virapa, Raquilous, Chopé Commera, Chavria), ferreiros e empregados domésticos (mordomos, cozinheiros, lavadores, jardineiros e palafreneiros). Também eram exercidas outras profissões. Jean-Baptiste VIRAPA era ourives em Saint-Denis, CHAVRIAPA declarou-se como “malabar mestris”, Jean-Louis ALADI, mestre das docas e AZY, chega a ser construtor de pirogas para o Rei. Estes ofícios eram muitas vezes exercidos por antigos escravos indianos que se tinham tornado livres. Após a sua emancipação, muitos permaneciam ao serviço dos seus antigos senhores, ocupando as mesmas funções.
A localização da população escrava indiana dependia dos distritos e dos proprietários de terras. Especificar o seu local de vida equivale a referenciar as propriedades e localizações urbanas dos proprietários.
No início do século XVIII, Saint-Paul, o primeiro distrito habitado, com 670 pessoas em 1711 (ou seja, 65,4% da população total) era também composto por mais de metade da população servil da ilha (53,7%), tratando-se igualmente do lugar onde os escravos indianos estavam mais representados, com 46 recenseados (54,3%). Saint-Denis ocupava o segundo lugar com 35 (41,3%); Sainte-Suzanne, o terceiro com 4 (4,4%). Em 1735 Sainte-Suzanne possuía a maior percentagem (47%) comparativamente a Saint-Denis (30%) e Saint-Paul (23%). A região a Barlavento registou um aumento no número de escravos indianos, atingindo 79% dos efetivos em 1778. Dez anos depois, com a criação de novos distritos, a sua distribuição era a seguinte: Saint-Denis, 25%; Saint-Benoît, 21%; Saint-Paul, 16%; Sainte-Suzanne, 11%; Sainte-Marie, 11%; Saint-Pierre 10%; Saint-Joseph, 2%; Saint-Louis, 2% e Saint-André, 2%.
Os trabalhadores livres viviam nas propriedades dos seus empregadores. Até 1759, estes últimos encontravam-se distribuídos pelos três distritos existentes, Saint-Denis (34%), Saint-Paul (30%) e Sainte-Suzanne (36%). Durante o período seguinte concentravam-se principalmente em Saint-Denis (63%), Saint-Benoît (21%) e nos distritos de Saint-André, Saint-Paul e Saint-Pierre (5,3% cada). Finalmente, no início do período revolucionário, a administração colonial mostrou-se mais flexível em termos de emancipação, visto que o número de pessoas livres aumentava. Os alforriados concentravam-se principalmente em Saint-Denis. No século XVIII, os primeiros indianos livres a possuírem terras eram mulheres casadas com colonos. Estabeleciam-se em tais concessões, porque os seus maridos as tinham obtido sob a condição de as explorarem.
Em Saint-Denis, a área de terra que esses indianos livres ocupavam, quer através de doação por ocasião da sua emancipação ou de compra, varia muito. Na maioria dos casos era inferior a 500 m2 e até inferior a 100 m2. Contudo, na periferia, alguns possuíam parcelas de terreno de dimensões consideráveis (10,7% possuíam mais de 10 000 m2).
A multiplicidade de dimensões dos espaços ocupados, dentro e fora da cidade (a que alguns chamam de subúrbios), destaca a diversidade das situações desta população de mulheres e homens de cor livres. Quer tivessem um pequeno terreno ou gerissem grandes áreas de terra, todos, cada um à sua maneira, tentavam sair-se bem. Tinham a vontade de se posicionar no tecido económico e social da colónia.
De um modo geral, o alojamento dos escravos não se encontra descrita em fontes de arquivo, uma vez que era considerada pelos senhores como rudimentar. Tais construções eram, por vezes, realizadas por eles próprios. Entre uma arrecadação em mau estado, que o senhor já não utilizava, e cabanas feitas de latânia – cujo telhado geralmente consistia em restos de materiais usados na construção da casa principal ou em folhas, com uma só abertura e com ventilação insuficiente –, essas “cabanas de Pretos”, “barracões” ou “telheiros” eram de muito má qualidade. Os escravos dormiam no chão.
Por outro lado, o alojamento das pessoas livres era composto por toros de madeira redondos, troncos de árvore tombados ou peças montadas de modo a garantir a solidez. As casas de pedra eram raras. A área média das cabanas era de cerca de 60 m2. A casa vendida por Pierre Taouchy a Azy em 31 de outubro de 1785, qualificada como uma mansão senhorial de 304 m2 de superfície era uma exceção. Muitas vezes tinham apenas uma a duas assoalhadas onde a família comia e dormia. O espaço tinha várias funções. A casa era o lugar de vida. O mobiliário, escasso, era constituído principalmente por baús, arcas e caixas para arrumar bens e roupas. O guarda-roupa masculino continha, na melhor das hipóteses, algumas camisas e duas calças. A casa era também o espaço de descanso. As bancadas eram compostas por colchões, em regra geral guardados nos baús e um “cobertor desconfortável”.
A sala principal era o espaço para as refeições. A loiça, rudimentar, não incluía talheres. As pessoas comiam as refeições com os dedos, como na Índia, provavelmente sentadas no chão. Não havia espaço para intimidade, especialmente quando o alojamento possuía apenas uma assoalhada.
A habitação era também o local de trabalho. Os indianos que viviam na cidade realizavam uma atividade profissional cuja oficina se fundia com o espaço de vida. Uma pequena sala adjacente ou separada servia de loja ou local de armazenamento para ferramentas e materiais. Era ali que as muitas costureiras armazenavam os seus panos e tecidos.
Na Ilha Bourbon, no início da colonização, os casamentos entre brancos e negros não eram proibidos, pelo que a miscigenação já fazia parte da paisagem. O desequilíbrio de género era notável.
Embora o catolicismo gozasse de um monopólio religioso na ilha, a imagem do cristianismo exemplar é um mito. O principal problema era a resistência dos brancos à ação do clero. O obstáculo derivava da oposição entre os interesses dos colonos e os objetivos dos religiosos. De facto, como seria possível alguém aceitar desfazer-se de uma escrava recém-casada que deixaria o domínio para acompanhar o marido rumo a outra propriedade?
Todavia, os Lazaristas registaram até 1730 bons resultados em termos de casamentos da população servil. Os escravos indianos casados surgem em apenas alguns recenseamentos. Em 1708, em Saint-Denis e Saint-Paul, 6 homens e 5 mulheres foram mencionados como casados nos censos dos senhores. Em 1725, 25 homens e 15 mulheres. A primeira preferência dos escravos indianos que se casavam eram as mulheres indianas. De todos os casais registados nos censos, 66,6% dos homens eram casados com mulheres indianas. A segunda escolha recaía sobre as malgaxes com 23,8% e, por fim, as cafres com 9,6%.
As uniões entre os Livres só eram possíveis se estes se convertessem ao catolicismo. Havia poucas uniões entre indianos livres e brancos no século XVIII. A prática de uma forte endogamia na propriedade tendia a solidificar a coesão do grupo. Os casamentos mistos representavam um quinto dos casais recenseados. As suas alianças iam principalmente para os crioulos, em geral, filhos de indianos; sendo a sua segunda preferência os Malgaxes.
As famílias indianas no século XVIII não eram homogéneas. Havia várias formas coexistentes: casais casados, famílias monoparentais e famílias alargadas. Para sobreviver num sistema colonial rigoroso vigoravam os reagrupamentos, a solidariedade e as práticas de ajuda mútua. Os pais albergavam a sua descendência já adulta, filhos e netos, com bem mais de 30 anos. Os filhos albergavam os pais, irmãos e irmãs, tios, tias e sobrinhos. A administração de um terreno de dimensão substancial, no qual muitos escravos trabalhavam, requeria a presença de jovens capazes de dirigi-los. Os jovens adultos nem sempre tinham meios financeiros para terem uma atividade por conta própria e adquirirem um espaço para fundar uma família. Permaneciam portanto no casulo familiar onde contribuíam o máximo possível para a vida do lar, prestando apoio financeiro, ajudando nas tarefas domésticas ou agrícolas ou na oficina do progenitor que trabalhava. Também havia quem se dedicasse a tomar conta dos irmãos mais novos, substituindo assim os pais nos cuidados dos mais pequenos. Em alguns casos, contribuíam com os únicos recursos do lar porque os seus pais, envelhecidos, já não podiam trabalhar, especialmente no caso em que havia uma prole numerosa.
Os filhos que já tinham adquirido a sua independência, acolhiam os seus familiares, especialmente os mais idosos ou os que ainda eram escravos. Quando o senhor o alforriava e lhe dava meios para subsistir, o recém alforriado insistia para que lhe fosse entregue um membro da sua família – em geral o pai ou a mãe – para que não ficasse ao encargo da colónia e a fim de evitar que se tornasse mendigo. Em seguida, instalava-se num pequeno terreno, também doado pelo antigo senhor, no qual cultivava alimentos. Tentava então poupar ao longo dos anos o excedente da venda das suas produções, com vista a fazer o pedido de libertação do seu progenitor. A situação invertia-se quando era um pai alforriado que recebia o filho como escravo.
As relações entre membros da população indiana na Ilha Bourbon revelam a grande solidariedade face às adversidades do sistema colonial. Escravos ou livres, os indianos que vieram para esta pequena ilha no sudoeste do oceano Índico não pouparam esforços para se integrarem numa cultura que lhes era estranha. Ao longo do século seguinte, afirmaram a sua própria identidade juntamente com os recém-chegados contratados e, assim, contribuíram para a mestiçagem da população contemporânea da Reunião.